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A BlackBerry pode sobreviver como uma empresa de nicho?

Um membro do comitê encarregado de explorar alternativas estratégicas para a BlackBerry Ltd. disse que ela deve vender certos ativos e competir como uma "empresa de nicho" no negócio global de smartphones.

Em uma entrevista ao The Wall Street Journal em Estocolmo, Bert Nordberg, membro recém-eleito do conselho de administração da BlackBerry, disse que há "subconjuntos de ativos dos quais a empresa pode se livrar" para sobreviver.

Essa foi a primeira entrevista concedida por um membro do conselho da BlackBerry desde que sua revisão estratégica foi anunciada no início de agosto.

Nordberg, ex-diretor-presidente da fabricante de telefones Sony  Ericsson, não descartou uma venda total ou uma parceria estratégica, e não deu detalhes sobre quais "subconjuntos" de ativos poderiam ser vendidos. No entanto, ele disse que a diretoria está ciente do valor criado pela empresa em áreas como a de atendimento a clientes corporativos, de funcionalidade de hardware e de comunicação segura.

"Acredito que a BlackBerry será capaz de sobreviver como uma empresa de nicho", disse Nordberg. Mas o executivo alertou que ser uma empresa de nicho significa decidir que esse será seu modelo de negócios. "Historicamente, a BlackBerry sempre teve ambições maiores. Mas lutar contra gigantes como Apple, Google e Samsung é difícil."

Nordberg disse que BlackBerry precisa lidar com a enorme diferença entre o quanto ela vale no papel e a forma como Wall Street interpreta o valor da empresa.

"Se você olhar para o valor contábil da BlackBerry contra o seu valor de mercado, é claro que há muito trabalho a ser feito", disse Nordberg.

A BlackBerry foi uma pioneira na primeira fase do mercado de smartphones, mas não resistiu à concorrência de rivais como a Apple Inc. e Samsung e entrou em colapso nos últimos anos, com sua participação de mercado e ações desmoronando. Uma grande aposta feita pela empresa em um novo sistema operacional e vários novos modelos de telefones lançados no início deste ano não produziu os resultados esperados.

Depois de meses de especulação sobre seu futuro, a empresa anunciou em agosto a formação de um comitê especial do conselho para explorar opções estratégicas, incluindo explicitamente pela primeira vez a possibilidade de uma venda.

Nordberg, um sueco de 57 anos de idade, entrou para o conselho da BlackBerry em fevereiro deste ano, juntamente com Richard Lynch, um executivo aposentado da telefônica americana Verizon. Apesar de serem novos membros, eles foram escolhidos para integrar o comitê especial de cinco pessoas que é chefiado por Timothy Dattels, um ex-executivo do banco Goldman Sachs .

Acho que a escolha "tem a ver com a minha experiência recente com a venda da participação da Ericsson na Sony Ericsson para a Sony", disse Nordberg.

A BlackBerry contratou o J.P. Morgan para ajuda-la na revisão estratégica, que vai avaliar o valor de diferentes ativos da empresa.

"A BlackBerry tem ativos únicos que a faz se sobressair entre outros fabricantes de celulares", disse Nordberg. "A BlackBerry é forte no serviço para empresas, seus produtos são à prova da NSA (a agência de segurança do governo americano), de forma que você não pode interceptar a comunicação dela, os teclados de seus telefones têm muitos fãs em todo o mundo e a empresa tem uma rede de dados que é líder mundial".

Nordberg diz que apesar de ter participado apenas de três reuniões do conselho até agora, ele e o comitê especial se comunicam semanalmente. Ele acredita que sua visão sobre o estado da BlackBerry é compartilhada pelo resto do conselho.

Nordberg teve um papel crucial no esforço de reestruturação massiva da fabricante sueca de redes de telecomunicação Ericsson, quando a empresa chegou à beira da concordata no início dos anos 2000. A Ericsson cortou quase 60.000 postos de trabalho, reduzindo o número de funcionários em mais da metade.

Mais tarde, como diretor-presidente da fabricante de celulares Sony Ericsson, Nordberg eliminou a presença da empresa no mercado de celulares básicos de baixo custo e concentrou os negócios apenas em smartphones com o sistema operacional Android do Google Inc.

"Como diretor-presidente da Sony Ericsson, apostar no Android foi uma decisão fácil", disse. "Com o BlackBerry, a situação definitivamente é muito mais difícil. A estrutura de segurança do BlackBerry está embutida no software móvel, então não dá para simplesmente decidir mudar de sistema operacional." Fonte The Wall Street Journal.

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