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Buffett continua a caçar bons negócios, agora menores

Elas continuaram nesse ritmo este ano, adquirindo mais de dez companhias no primeiro semestre. A Berkshire não revelou o valor gasto por suas subsidiárias nas aquisições deste ano.

Com a redução dos negócios multibilionários, Buffett cada vez mais favorece as aquisições de firmas que serão incorporadas, pois elas aumentam os lucros da Berkshire e lhe permitem aplicar produtivamente seu gordo caixa, que era de US$ 36 bilhões no fim de junho.

O fluxo de caixa líquido das operações subiu quase 36% nos primeiros seis meses de 2013 em relação a um ano atrás, colocando mais pressão sobre a Berkshire para usá-lo em vez de guardá-lo.

Em entrevista por telefone ao The Wall Street Journal, o bilionário investidor americano disse esperar que esse tipo de negócio seja frequente e numeroso. "Eu gosto que os executivos encontrem oportunidades", disse. Buffett, que completa 83 anos no fim do mês, é famoso por permitir que os diretores das divisões da Berkshire dirijam seus negócios sem interferência, mas ele se envolve mais quando se tratam de negociações para aquisições conduzidas pelos diretores-presidentes. Alguns executivos da Berkshire lhe enviam relatórios mensais sobre possíveis alvos para aquisições.

Essas ofertas diferem dos "elefantes", que Buffett classifica como meganegócios feitos para a Berkshire por ele e seu sócio, o vice-presidente do conselho Charlie Munger, muitas vezes marcando a entrada do conglomerado gigante em um novo setor.

Apesar da atual escassez de empresas que satisfaçam os critérios de Buffett — tamanho, setor, lucro e preço —, ele não desistiu da caçada. "Um grande negócio ainda é o que faz meu coração bater mais rápido", disse. Em junho, a Berkshire se uniu à brasileira 3G Capital para comprar, por US$ 23,6 bilhões, a fabricante americana de catchup H.J. Heinz Co.

Afinal de contas, são as aquisições bilionários que ajudaram a transformar a Berkshire de uma indústria têxtil na década de 60 para uma holding com US$ 288 bilhões em valor de mercado, em setores que vão desde tênis de corrida a ferrovias.

As subsidiárias da Berkshire nem sempre revelam o valor de cada negócio, mas as transações maiores tendem a ser de pelo menos US$ 1 bilhão, segundo executivos da Berkshire. Em uma notável exceção, a MidAmerican Energy Holdings Co., da Berkshire, informou em maio que iria comprar a NV Energy Inc., 13% concessionária de serviços públicos do Estado americano de Nevada, por US$ 5,6 bilhões.

Devido à diversificação dos ativos da Berkshire e seu grande potencial financeiro, Buffett e seus executivos são procurados com frequência por empresas que buscam compradores. A capacidade de escolher entre as ofertas é um luxo no setor de fusões e aquisições, que vem lutando para se recuperar após a crise financeira.

"Estamos na mira de pessoas em dezenas de setores diferentes", disse ele. "Elas sabem que estou interessado em aquisições de porte considerável que abram novos caminhos, mas sabem também que as nossas empresas estão interessadas em se expandir por conta própria."

Profissionais de bancos e executivos de private equity dizem que procuram a Berkshire com mais frequência do que outros possíveis compradores porque os 81 negócios dela abrangem quase todos os setores.

As transações menores são importantes porque aumentam as receitas e os lucros da Berkshire. No primeiro semestre de 2013, por exemplo, a receita da subsidiária McLane Co. subiu para US$ 22,2 bilhões, um salto de 30% em relação ao ano anterior, e o lucro aumentou 41%, para US$ 246 milhões antes de impostos. O resultado reflete, em parte, a aquisição da Meadowbrook Meat Co., da área de alimentação, feita pela McLane em 2012.

Buffett já disse que espera ampliar os lucros da Berkshire com esse tipo de negócio. Os diretores-presidentes do grupo dizem que ele não os instruiu a fazer tais aquisições, mas incentiva e apoia esses esforços.

Victor Mancinelli, que comanda a fabricante de equipamentos para o setor agrícola CTB Inc., uma das empresas do grupo que mais faz aquisições, tendo comprado praticamente uma firma por ano desde que foi adquirida, em 2002, disse que Buffett é fantástico para ouvir ideias e dar opiniões.

Os executivos dizem que o estilo de Buffett de dar independência aos seus executivos não mudou muito desde a partida, em 2011, de David Sokol, que participava ativamente do fechamento de novos negócios. Sokol saiu após ter sido revelado que ele havia comprado ações de uma empresa que a Berkshire depois adquiriu por sua sugestão, embora ele tenha dito que a decisão de deixar a empresa não teve a ver com a compra.

As subsidiárias da Berkshire também usam as enormes reservas de caixa para investir em melhorias em fábricas e equipamentos. Neste ano, esses gastos devem ultrapassar US$ 10 bilhões, um recorde, segundo Buffett.

Nem todas as divisões da Berkshire são compradoras assíduas. A Burlington Northern Santa Fe LLC, operadora ferroviária adquirida pela Berkshire por US$ 26,5 bilhões em 2010, provavelmente não comprará outra estrada de ferro, disseram executivos do conglomerado. Mas ela destinou US$ 4,3 bilhões para despesas de capital este ano, superando os US$ 3,6 bilhões gastos em 2012, segundo a empresa.

Aquisições no setor de seguros, um dos pilares da Berkshire, também serão pouco frequentes, sobretudo porque há poucos alvos atraentes e porque a empresa pode criar seus próprios produtos de seguros a um custo menor, disse Buffett.

Nos últimos anos, três das cinco maiores empresas da Berkshire que não são seguradoras fizeram várias aquisições. A fabricante de equipamentos industriais Marmon Group LLC, a indústria química Lubrizol Corp., a empresa de engenharia de produtos MiTek Inc., que fechou dois negócios nas duas últimas semanas, a MidAmerican e a CTB estão entre as pequenas empresas da holding que fazem aquisições regularmente.

Tom Manenti, diretor-presidente da MiTek, disse que tenta aplicar os mesmos critérios de Buffett ao buscar ofertas, incluindo boa gestão. "Warren [Buffett] já provou que essa é uma estratégia bem-sucedida", disse. Fonte The Wall Street Journal.

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