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Jovem empreendedor corre risco de extinção nos EUA

O número de novas empresas americanas caiu no primeiro trimestre de 2014.

O número de pessoas nos Estados Unidos com menos de 30 anos que têm um negócio próprio atingiu o nível mais baixo em 24 anos, segundo novos dados que ressaltam os desafios financeiros e a pouca tolerância ao risco entre os jovens americanos.

Cerca de 3,6% dos adultos com menos de 30 anos que são chefes de família possuem participações em empresas de capital fechado, segundo análise do The Wall Street Journal de dados de 2013 divulgados recentemente pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA. Em 1989 — quando a instituição começou a coletar dados padronizados da renda e do patrimônio líquido dos americanos — o percentual era de 10,6% e, em 2010, de 6,1%.

Os dados verificados pelo WSJ contrapõem-se muito ao estereótipo de que os jovens de 20 e poucos anos se arriscam em empreendimentos próprios. O forte recuo na taxa de jovens adultos que são donos de empresas, mesmo levando-se em conta o envelhecimento da população, é mais uma preocupação em relação ao surgimento de novos negócios em 2015, dizem economistas. O número de novas empresas americanas caiu no primeiro trimestre de 2014, de acordo com os dados mais recentes do Departamento de Trabalho dos EUA.

É difícil apontar as razões exatas para essa queda. Uma teoria é de que os jovens americanos passaram a enfrentar mais desafios para levantar recursos após a recessão. Setores que crescem rapidamente como o de energia e de saúde exigem um acesso significativo a crédito ou capital.

O declínio também reflete uma geração que batalha para encontrar espaço na força de trabalho. Trabalhadores mais jovens têm tido dificuldade para adquirir as habilidades e a experiência que podem ser úteis para começar um negócio. Alguns duvidam que sejam capazes de obter sucesso.

O percentual de jovens adultos donos de empresas nos EUA provavelmente permaneceu em níveis baixos em 2014, segundo alguns economistas. “Eu não esperaria ver uma grande recuperação” no número de empresas abertas ou compradas por jovens adultos no ano que passou, considerando que está mais fácil para eles arrumar um emprego, diz Robert Litan, economista da Brookings Institution.

Em 2014, Matthew Sattler, um jovem de 22 anos de Nova York, deixou temporariamente de lado seu sonho empresarial. Ele criou um aplicativo de recompensas em redes sociais na faculdade. Mas, em fevereiro, arrumou um emprego na área de planejamento e análise financeira em uma grande companhia aérea. Depois de ter assistido às batalhas do pai, que dirigia uma construtora de imóveis residenciais, Sattler diz que o empreendedorismo lhe parece difícil demais na sua idade. “É muito mais desafiador ter sucesso sem experiência”, diz.

Alguns potenciais empreendedores sofrem com a competição mais acirrada da era da internet. O uso amplo da rede “eleva o nível das habilidades exigidas para se criar uma empresa” porque ela amplia enormemente o número de concorrentes potenciais, diz Daniel Pierson, 25 anos, que vive próximo a Boston.

Pierson começou um negócio de jardinagem aos 12 anos, trabalhou em duas empresas jovens de internet enquanto estava na faculdade e concluiu um mestrado em engenharia em 2013. Mas, em 2012, ele aceitou um emprego em uma empresa de produtos eletrônicos.

A proporção de jovens adultos que abriram um negócio recuou em todos os meses de 2013, chegando ao seu nível mais baixo em pelo menos 17 anos, de acordo com a Fundação Ewing Marion Kauffman, uma organização sem fins lucrativos do Missouri com foco em empreendedorismo. Pessoas entre 20 anos e 34 anos responderam por 22,7% dos novos empreendimentos criados em 2013, ante 26,4% em 2003, segundo a fundação.

A desaceleração no crescimento populacional dos EUA desde o início dos anos 80 reduziu a oferta de potenciais empreendedores de todas as idades e diminuiu a demanda por novos produtos e serviços, diz Litan, da Brookings Institution. E a consolidação nos negócios resultou em uma maior competição para as empresas novatas, tornando mais difícil para novos participantes conseguir um lugar no mercado, diz ele.

No geral, a “taxa de startups” — proporção de novas firmas em relação às velhas — caiu quase pela metade entre 1978 e 2011, de acordo com análise feita por Litan e seu parceiro de pesquisa, o economista Ian Hathaway.

Os custos de operação de muitos tipos de pequenos negócios caíram na última década graças ao uso de tecnologias que reduziram os gastos com mão de obra. Mas os jovens empreendedores ainda enfrentam grandes dificuldades financeiras.

O patrimônio líquido médio de famílias cujos membros têm menos de 30 anos caiu 48% desde 2007, para um pouco mais de US$ 44 mil. Mais da metade dos americanos entre 18 e 29 anos relatou pelo menos um problema financeiro em 2014, segundo o Pew Research Center.

A pior condição financeira dos jovens recém-formados reduz as possiblidades de eles, por exemplo, usarem suas próprias economias ou obterem empréstimos bancários para investir num novo negócio ou cobrir custos de negócios já existentes, diz Karen Mills, acadêmica convidada da Faculdade de Administração da universidade Harvard e ex-chefe da Agência de Pequenas Empresas dos EUA, que patrocina programas para ajudar pequenos empresários a obter financiamento.

O declínio no número de jovens recém-formados que são donos de negócios também reflete um apetite relativamente baixo pelo risco. Os jovens têm menos confiança, diz Donna Kelly, professora na Faculdade Babson. Em uma pesquisa anual que ela supervisiona, mais de 41% dos americanos entre 25 e 34 anos que viram uma oportunidade de começar seu próprio negócio disseram que o receio do fracasso os faria desistir de seguir à diante, um salto em relação ao percentual de 23,9% verificado em 2001. Fonte The Wall Street Journal.

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