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Teste sua ideia antes de pular de cabeça num negócio

Há quatro anos, quando visitou a Tailândia, Joe Demin se deitou numa rede tão confortável que imediatamente percebeu uma oportunidade de negócio. Embora nunca tivesse aberto uma empresa, ele teve certeza de que poderia ganhar a vida vendendo as redes de tecido suave produzidas no país para consumidores americanos via internet.

Mas a namorada de Demin, Rachel Connors, não estava tão convencida e pediu a ele que testasse a ideia antes de abandonar uma posição sênior numa grande consultoria. "Achei que ele poderia estar sendo levado pela vontade de tirar férias", diz ela.

Demin concordou e comprou apenas algumas redes para levar para os Estados Unidos. Ele e Connors começaram então a tentar vendê-las em feiras de artesanato e festivais, nos fins de semana.

O experimento de seis meses foi revelador. O casal, por exemplo, ficou surpreso ao notar que, apesar de os compradores considerarem conforto um fator importante na decisão de comprar algo, eles também queriam saber se a rede era fácil de montar. Os clientes também disseram que se preocupavam bastante com a durabilidade, já que as redes são frequentemente penduradas ao ar livre.

Baseado nessa percepção, Connors e Demin reajustaram a estratégia antes de investir num site de comércio eletrônico. Mais tarde, fizeram outros ajustes sobre o rastreamento das suas vendas on-line antes de transformar a experiência num empreendimento em tempo integral, em 2011.

Hoje, a dupla administra a Yellow Leaf Hammocks, um lucrativo negócio de comércio eletrônico em San Francisco.

Você tem uma ideia brilhante para um negócio? Mesmo que você esteja confiante, considere tomar medidas para validá-la antes de mergulhar muito fundo. Você pode descobrir que suas suposições podem não estar muito corretas e as informações que você obtém podem evitar erros caros.

"Primeiro, você se apaixona por seu conceito, mas depois tem que superar isso e se apaixonar por seu cliente", diz Caroline Daniels, professora de empreendedorismo na faculdade de administração Babson College, em Wellesley, Massachusetts. "Você tem que observar o que seu cliente está fazendo e, então, construir seu produto em torno disso."

Há maneiras simples de testar uma ideia, sem gastar muito. Hunter Walk, ex-executivo do YouTube que se tornou um investidor de capital de risco, diz que um bom começo é abordar pessoas paradas perto de você na fila de um local público, como um supermercado ou um café. Pergunte se elas precisam de seu produto ou serviço, se elas pagariam por isso e quanto.

"Se você não está disposto a falar com estranhos", diz, "você pode não estar pronto para o desafio de começar um negócio do zero".

Tenha em mente que você pode precisar refinar o seu discurso antes de ver resultados. "Você está praticando como descrever sua ideia para que outras pessoas entendam", diz Walk.

Outra técnica é a abordagem de clientes potenciais por e-mail. Um grande volume de respostas positivas pode ajudar a mostrar a investidores que vale a pena financiar sua ideia.

Os sócios Craig Baldwin, Ryan Watson e Ryan Baker fizeram isso em 2011, antes de lançar a Sqrl, uma firma de Cincinnati, Ohio, que fornece software de comunicação para empresas de serviços profissionais. Tendo trabalhado anos na área contábil, eles concluíram que as formas tradicionais de troca de informações e comunicação com clientes eram complicadas demais. Eles tinham uma solução melhor, mas antes de gastar milhares de dólares para colocá-la em prática, enviaram e-mails para possíveis clientes para sondar a opinião deles.

Para identificá-los, os jovens empresários pegaram uma lista das cem maiores firmas de contabilidade numa revista especializada, que trazia os e-mails de muitos dos sócios dessas firmas. Eles também encontraram uma lista de clientes potenciais, incluindo endereços de e-mail, no site de uma empresa de software de contabilidade.

Cerca de 50 pessoas responderam calorosamente e alguns até se ofereceram para contribuir financeiramente com os custos de desenvolvimento do trio, diz Baldwin.

Em seguida, eles colocaram um site de uma única página com um pequeno vídeo de baixo custo que descrevia o produto deles e o problema que ele resolveria. Os visitantes eram convidados a colocar seus e-mails, para que pudessem ser informados quando o software estaria à venda. Baldwin diz que ele e seus sócios coletaram cerca de 200 e-mails dessa maneira ao longo de seis meses. Usando as respostas para atrair investidores, eles levantaram US$ 550.000 e contrataram um desenvolvedor para montar o produto que agora está em fase de teste.

"Isso realmente se resume a gastar os sapatos e validar a ideia com clientes potenciais", diz Baldwin. "Ainda é algo que fazemos todos os dias." Fonte The Wall Street Journal.

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