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Empresas usam poder de influência dos empregados


Kathy Bresnahan (esq.) e Kim Collier foram indentificadas como influenciadoras pela Exelon e ajudaram a empresa a preparar outros funcionários para uma fusão.
Fazer amigos no trabalho nunca foi tão gratificante.
Munidas de uma miríade de dados novos, empresas como as gigantes Procter & Gamble Co. e Cisco Systems Inc. estão em busca dos chamados "influenciadores", aqueles funcionários que são particularmente bem conectados e desfrutam da confiança dos colegas.

Depois de identificá-los, as empresas estão mobilizando o poder desses funcionários para criar novos produtos, obter o apoio da equipe a grandes mudanças, como fusões, e disseminar informações através da organização.

Anos atrás, tais empregados costumavam passar despercebidos, perdidos no organograma da empresa. Mas a ascensão das redes sociais trouxe à luz a importância dos contatos e as companhias estão agora determinadas a capitalizar as pessoas influentes de sua força de trabalho. Os influenciadores também são beneficiados: maiores salários, promoções e oportunidades de interagir com altos executivos.

Para encontrar essas pessoas, algumas empresas conduzem pesquisas, fazendo perguntas como: "Quem você procura quando está tendo dificuldades no trabalho?" ou "A quem você recorre quando tem uma dúvida que parece óbvia?". As empresas podem ainda examinar dados de email e de calendário, geralmente após remover o conteúdo para preservar a privacidade, ou os sites de mensagens internas.

A Salesforce.com Inc., uma fabricante de software para empresas, vasculha o seu produto Chatter, um tipo de Facebook empresarial, para identificar influenciadores, diz Peter Coffee, diretor de pesquisa estratégica. Por meio de algoritmos, a empresa analisa os dados continuamente: quantos seguidores cada funcionário tem, com que frequência postam mensagens sobre o trabalho e se esses posts geram respostas. Todas as contas do Chatter — Coffee diz que todos os 12.800 empregados da firma estão na plataforma — recebem uma nota que mostra a influência delas em relação às outras.

Os 20 primeiros "chatterati", como a Salesforce chama seus maiores influenciadores, são convidados para a reunião da gerência sênior global da empresa, que ocorre duas vezes ao ano. Alguns gerentes também levam as notas do Chatter em conta nas suas decisões sobre promoções e remunerações, mas a empresa não quis dar mais detalhes.

Muitas companhias afirmam que estão identificando uma camada antes invisível de talento, peças importantes na organização que talvez não estejam eles mesmos entre os empregados de melhor desempenho, mas que impulsionam o desempenho dos outros.

"Há todo esse mundo oculto", diz Kristin Kassis, sócia e gerente da WorkWise LLC, uma consultoria que ajuda empresas a identificar e reter influenciadores.

Mas alguns acadêmicos alertam que dar ênfase a dados no que tradicionalmente sempre foi um aspecto subjetivo poderia acabar enganando os executivos.

Jerry Davis, professor da Faculdade de Administração Ross, da Universidade de Michigan, diz que as empresas poderiam estar "recompensando a coisa errada" ao dar importância demais a seus fóruns e redes sociais.

"Quando se trata de promoções e demissões, começa a ficar complicado", acrescenta. "Espere aí, pensei que estava fazendo meu trabalho muito bem, mas porque não passei muito tempo fazendo contatos, vou ser demitido?", diz Davis, imaginando o que um empregado diria.

A HealthFitness Corp., que fornece serviços de saúde para empresas e é sediada em Mineápolis, contratou a Syndio Social, uma firma de Chicago que ajuda empresas a mapear suas redes sociais, para identificar funcionários que poderiam ajudar a promover uma grande mudança planejada para uma nova plataforma, no ano passado.

A HealthFitness tinha muito em jogo, inclusive US$ 30 milhões investidos na nova plataforma e altas expectativas dos clientes. Trinta influenciadores da empresa receberam treinamento em comunicação e outras informações sobre o projeto para que pudessem responder a perguntas de colegas e fomentar uma atmosfera positiva.

Os influenciadores ajudaram os colegas na transição, recorda o diretor-presidente, Paul Lotharius. Mas ele teve que lembrar a si mesmo que o poder dos influenciadores era só uma maneira de avaliar os empregados e que outras qualidades, como capacidade técnica e liderança, não deveriam se perder no processo.

"Quase caímos na armadilha de ficar superexcitados com a Syndio", diz. "Você começa a pensar: 'Uau, posso usar isso para tudo.'"

Sonny Garg, um executivo da empresa de energia Exelon Corp., é menos cauteloso. Quando a empresa com sede em Chicago se fundiu com a Constellation Energy, em 2012, gerentes e empregados da divisão de tecnologia da informação selecionaram um grupo de funcionários bem relacionados para atuar como um elo entre colegas preocupados com as mudanças e a liderança executiva, diz Garg.

Ele acrescenta que a iniciativa não gerou novos custos e pode ter ajudado a evitar que funcionários deixassem a empresa após a fusão. A influenciadora Kathy Bresnahan, analista de TI da empresa, diz que ajudou a aliviar a tensão nos departamentos.

A empresa agora está começando a usar pesquisas para identificar seus principais influenciadores e está lançando um programa para dar treinamento de liderança a esses funcionários. Os influenciadores, diz Garg, "podem ajudá-lo ou prejudicá-lo."

Os influenciadores, por sua vez, estão contentes por serem recompensados por suas habilidades sociais. Andrea Bredow, uma gerente do departamento de marketing da HealthFitness, descreve a si mesma como "extrovertida em todos os aspectos" e diz que gosta de planejar encontros de funcionários fora da empresa.

"É simplesmente a minha personalidade", diz ela, que foi reconhecida como influenciadora no ano passado. "Estou feliz de ter encontrado uma empresa que vê isso como positivo." Fonte The Wall Street Journal.

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